McBess and The Dead Pirates

Segue meu primeiro post do Teoria Infame. Há muito tempo eu queria falar sobre The Dead Pirates aqui, mas não conseguia um jeito certo de fazê-lo. O Infame me permitiu uma abordagem diferente, mas que descreve bem o quê é. Basicamente uma narrativa do videoclipe, que esta linkado aqui.

“E foi então que ele viu que estava morto”. É o bastante para começar a noite.
Bom, sabe os seus desenhos animados de infância, meio fabulosos, onde os personagens são animais personificados, os funny animals? Talvez não, os funny animals que cito são pré-looney tunes, quando os personagens eram felizes o tempo todo, o sol era vivo e feliz e todos usavam luvas brancas nas mãos. Isso foi antes de você estar vivo, antes mesmo de seus pais quererem você. Isso é irrelevante.
Bom, os funny animals de quase 90 anos atrás não trabalham na tevê há quase 70 anos. O mundo deles perdeu a graça, eles não têm mais o quê fazer, passam dia após dia esperando.
Betty Boop morreu, e todos os seus filhos bastardos cresceram e sumiram dos vales. O gato Félix queimou sua bolsa amarela. E tudo que eles precisavam era música.
Sabe, 70 anos é muito tempo pra não fazer nada, e quando sua vila animada fica nos vales intocados pelos humanos, tudo que você sabe do mundo externo é aquilo que pessoas perdem ou esquecem nos bosques.
Quando os funny animals encontram seu tocador de arquivos de extensão .mp3, eles são criativos, e abandonam o ritmo enfadonho que tocam nas últimas décadas e criam uma melodia que acorda a cidade e uma letra que desperta os esqueletos dos sótãos.
Rockam, e rockam forte, do verbo rockar. E rockam até o limite dos órgãos vitais e então tudo que basta acontecer são elas. E elas aparecem.
Foi então que eles viram que estavam mortos. Mas a morte dos funny animals é sempre um paraíso. E eles continuam a rockar como se não houvesse mais porquê, e não há. E elas, todas elas dançam por eles e rockam por eles. O gigante dos vales dos mortos sempre aprecia quando esses tipos aparecem por lá.
Não importa a morte ou o túmulo de pedra. Uma guitarra sob a terra ainda toca.

McBess é o cartunista e fundador da banda The Dead Pirates, e a música Wood é animada pelas suas versões under-espelhadas de funny animals. Isso não é a sua infância, é o fim dela.
Muito prazer, eu sou Dias.

McBess é um auto-entitulado “web designer muito caro”. Sua carreira é baseada em seu estilo de desenho que lembra os velhos desenhos animados do começo do século passado. Mas não no estilo fofinho. É quase uma sátira sobre o paradoxo dos temas que ele aborda com seu estilo.

Ele montou a banda The Dead Pirates com seus amigos e já possuem dois álbuns de gravação própria. E Wood foi a primeira música a ganhar um clip.

McBess e companheiro de banda Simon roteirizaram, desenharam e animaram o clip sozinhos e a produção durou 4 meses (sem-relação: 4 meses foi o tempo que eu levei para baixar um arquivo de 25GB pelo torrent, tipo, tempo pra caramba).

Claro os álbuns estão à venda. Mas existe uma jogada. McBess lançou um livro com ilustrações e para todos aqueles que compraram um exemplar, eles disponibilizam as músicas de graça. Uma iniciativa que segue a linha de outra banda, Radiohead, que em 2007 abandonou sua gravadora e colocou seu álbum para compra virtual e quem comprasse dizia quanto iria pagar pelas músicas.

Esse tipo de atitude é que mostra que a indústria fonográfica nunca esteve perto de ruir por conta de download digital, pirata ou não. Pois se o produto é bom, os fãs não irão se importar de pagar. E mesmo que não paguem, nem só de discos vive uma banda. Os lucros de shows e merchandising cobrem ou superam despesas.

Antes que eu entre em um discurso pró-pirataria, vou seguir para as infos.

Infos:

McBess’ Official page

Radiohead @Wikipédia

Wood – clipe no youtube (sim, de novo, caso você nçao tenha visto o link lá em cima)

Dias. Pedro

Comments
3 Responses to “McBess and The Dead Pirates”
  1. Clecio disse:

    Hei!!! Muito legal, mas os links tão quebrados.

  2. Nara disse:

    Nao entendi! Você que escreveu o texto em negrito??
    Pedro Vinicius! Fazia tempo que eu nao lia algo capaz de prender minha atençao de verdade.
    To de queixo caido.
    Parabens!

Cuspa pensamentos.

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